IVATUBA: VEREADORA ATACA ADMINISTRAÇÃO ANTERIOR E OS PRÓPRIOS COMPANHEIROS NA CÂMARA MUNICIPAL

O que presenciamos na reunião da Câmara Municipal de Ivatuba, ontem à noite, foi, no mínimo, inédito! Pelo menos, da minha parte, eu nunca vi acontecer isso antes.

Foi falado sobre as casinhas construídas no final do mandato passado, sobre o projeto da rua indicado anteriormente, sobre as próteses para deficientes carentes, e houve indicação verbal sobre as estradas rurais e, ainda, sobre sobre a energia que vai ser estudada pela Copel, nos próximos 30 dias para as casinhas construídas. O vereador Paulinho afirmou que o projeto da energia foi protocolado em 17 de dezembro do ano passado e que não foi aprovado por falta de quorum, mas o vereador Ailton Loiola rebateu que a Câmara entrou em recesso em 15 de dezembro, como é do conhecimento de todos. Portanto, não poderiam ter aprovado o projeto, mesmo que quisessem. E, neste ano, foi apresentado novamente o mesmo projeto para levar a energia até as casinhas., por isso o atraso. Foi falado também sobre o meio-fio e cascalhamento da rua aberta no conjunto Nova Era. 

À certa altura da reunião, o vereador Ailton Loiola (PT) pediu a palavra referindo-se ao fato da vereadora Silvana Mori (PSB) ter colocado na sessão passada que, em relação ao endividamento de 1,267 milhão, do município, os vereadores da gestão anterior tinham conhecimento e aprovaram essas dívidas.  

Ao se dirigir ao vereador do PT, Ailton Loiola, a vereadora não poupou os próprios companheiros da coligação: Betão (PSDB), Paulinho (PMDB) e Zé da Bica (PTB), que, a bem da verdade, eram maioria quando aprovaram as referidas dívidas, na gestão anterior. A vereadora esqueceu-se de que, atacando Ailton Loiola (que era minoria na gestão passada), estaria atacando mais ainda os próprios companheiros e a administração anterior.

A vereadora Silvana Mori pediu a palavra e perguntou ao vereador Ailton Loiola (e, por tabela, aos outros 3 vereadores): "Quando vocês aprovaram os projetos, vocês avaliaram em quanto tempo seria pago isso? E quanto vocês pagam por mês de financiamento? Vocês podem me dizer quanto a prefeitura arrecada e quanto ela paga de financiamento por mês?"

O mais inacreditável de tudo é que, quem defendeu os três vereadores da oposição atual foi o próprio vereador Ailton Loiola, da situação, pois nenhum dos três se dispôs a levantar-se e defender-se ou até mesmo justificar-se perante a população presente, ou defender a administração anterior, ao qual foram coligados na eleição próxima passada.

Ailton Loiola explicou que, na gestão passada, chegou o projeto na câmara para recapamento asfáltico no valor de 507 mil, e que era necessário naquele momento e por isso foi aprovado. Depois, veio o pedido de compra do caminhão de lixo, no valor de 200 mil, que é o novo caminhão que está rodando pela cidade, em seguida, foi o pedido de compra da Van, de 130 mil e finalmente, o pedido da construção da nova Câmara dos vereadores, no valor de 432 mil. Todos os projetos foram aprovados pela Câmara na gestão anterior, não havia como não aprovar pois tudo era necessário.

O vereador continuou explicando que ninguém sabia que o prefeito anterior não ia pagar e que, de 2009 até 2012, não foi pago nenhuma prestação. Começou-se a pagar somente a partir de janeiro de 2013, na gestão atual. O vereador afirmou que não é culpa da câmara anterior, que eles não fizeram a coisa errada, que não é culpa de ninguém, a dívida seria herdada por quem ganhasse a eleição, fosse Dr. Robson ou Professor Varlei.

Silvana Mori perguntou novamente a Ailton Loiola (e aos outros 3 vereadores): "Quando vocês aprovaram os projetos, vocês avaliaram em quanto tempo seria pago isso? E quanto vocês pagam por mês de financiamento?" 

Ailton Loiola respondeu que a prefeitura tem setor de Contabilidade pra ver isso, tanto da gestão passada quando dessa, e que quando o projeto foi aprovado o prefeito não veio na Câmara e disse: "Gente eu só vou pagar em 2013". 

Além disso, segundo ele, a Câmara não pensou que ele iria pagar só daqui dois ou três anos, ou seja, se houver uma carência, "se quiser paga só daqui a dois anos ou se quiser começa a pagar amanhã".

O vereador continuou:  "Fez um recapamento em 2010, comprou um caminhão em 2010, e não pagou. Quem vai pagar é quem suceder!" Então, o prefeito aproveitou os dois anos de carência e não pagou nada. E acabou ficando assim: "Eu fiz e quem paga é você!"

Silvana Mori voltou à carga, querendo saber quanto a prefeitura arrecada e quanto paga de financiamento ao mês. 

Ailton Loiola respondeu que a nobre vereadora foi Secretária de Saúde e sabia muito bem quanto o município arrecadava.

 

Silvana Mori insistiu dizendo que fez um levantamento e que a prefeitura arrecada R$600mil por mês e paga de 22 a 25 mil de financiamento ao mês, e que os financiamentos têm de 4 a 8 anos para serem pagos.

Ailton Loiola  pediu a palavra novamente e, referindo-se aos juros a serem pagos pelo financiamento, expôs o seguinte: "Para construir a Câmara Municipal foi feito um financiamento de 432 mil. Vocês sabem quanto vai ficar quando terminar de pagar? 1,1  milhão. Então, a dívida atual do município é de 1,267 milhão, SEM JUROS! E só a câmara municipal vai ficar em 1,1 milhão. Não é de graça não, gente!", falou o vereador.

Diante de tudo que foi exposto e, haja vista que os três vereadores da gestão anterior: Betão, Paulinho, Zé da Bica, também participaram da aprovação dos projetos que endividaram o município, o que observamos nessa situação é que:

- com sua insistência, Silvana Mori colocou a administração anterior e os próprios companheiros de coligação em situação extremamente constrangedora perante os eleitores do município - o povo não vai esquecer desse endividamento tão fácil pois a dívida é de 4 a 8 anos!  

- o vereador Ailton Loiola, da situação, defendeu sozinho, não somente a ele mesmo, mas também os três vereadores da oposição atual - e até mesmo a administração anterior - de um ataque da própria companheira da coligação deles. 

Lembrando que o vereador Ailton Loiola não tinha necessidade alguma de se defender desse ataque, uma vez que o endividamente foi realizado pela administração anterior, com o apoio da maioria da Câmara, e o vereador fazia parte da minoria. Então, com o voto dele favorável ou não, os projetos seriam aprovados pela maioria da mesma forma. Ou seja, a vereadora acabou atacando os próprios companheiros e a administração anterior.  O povo também não vai esquecer disso.

E, finalmente, considerando-se o que foi relatado sobre o endividamento de Ivatuba nessa situação,  isso indica que houve falha na administração anterior em negociar as financiamentos do município e poupar o dinheiro público para outras necessidades da população, pois, a partir de 2013, a atual administração terá que pagar juros que dariam para construir mais uma câmara e meia igual à que foi construída ou cerca de 60 casas iguais às que foram construídas no conjunto Nova Era (?).   

Isso é muito dinheiro. Dinheiro que o povo paga de impostos. Dinheiro que a população "sua" para ganhar todos os meses!  Isso seria o que se costuma chamar de  "dinheiro público jogado fora"!!

Infelizmente, quem vai pagar por isso é a população de Ivatuba!