O Dia Nacional da Consciência Negra relembra a
morte de Zumbi, o então líder do Quilombo
dos Palmares – situado entre os estados de Alagoas e
Pernambuco, na região Nordeste do Brasil. Zumbi foi morto em 1695, na referida
data, por bandeirantes liderados por Domingos
Jorge Velho.
Esse dia é bom para fazermos essa reflexão:
será que existe mesmo racismo no Brasil?
"Faça o Teste do Pescoço e descubra.
1. Andando pelas ruas, meta o pescoço
dentro das joalherias e conte quantos negros (as) são balconistas.
2. Vá em quaisquer escolas particulares,
sobretudo as mais caras, como Objetivo ou Dante Alighieri, espiche o
pescoço para dentro das salas e conte quantos alunos negros há. Aproveite
e conte quantos professores são negros e quantos negros estão varrendo o chão.
3. Vá em hospitais como o Sírio Libanês,
enfie o pescoço nos quartos e conte quantos pacientes são negros. Gire o
pescoço e conte quantos médicos negros há. Aproveite para espichar bem o seu
pescoço nos corredores e conte quantos negros limpam as vidraças ou servem
cafezinho.
4. Quando der uma volta em algum
shopping, gire o pescoço para as vitrines e conte quantos manequins representam
a etnia negra consumidora. Enfie o pescoço nas revistas de moda, nos comerciais
de televisão e conte quantos(as) modelos negros(as) fazem publicidade de
perfumes, carros, viagens, vestuários e etc. Reflita acerca da alta e baixa
estima das crianças negras e brancas.
5. Vá às universidades públicas, observe
nos cursos mais concorridos da USP e UNICAMP, torça o pescoço a procurar pelos
negros e negras. Conte quantos são professores, alunos e serviçais.
6. Espiche o pescoço numa reunião de
partidos como PSDB ou DEM e conte quantos políticos são negros desde a
fundação. Depois faça uma reflexão a respeito de alguns partidos serem contra
todas as reivindicações das comunidades negras, sobretudo as Cotas Raciais.
7. Gire o pescoço 180° durante as
passeatas dos médicos que protestam contra os médicos estrangeiros, e
conte quantos médicos(as) negros(as) marcham.
8. Meta o pescoço nas cadeias, nos
orfanatos, nas casas de correção para menores e conte quantos são brancos. É
mais fácil.
9. Gire o pescoço e procure quantas
empregadas domésticas, serviçais, faxineiros, favelados e mendigos são
brancos. Pergunte-se qual a causa dos descendentes de europeus ou
orientais não serem vistos embaixo das pontes, em favelas, na mendicância ou
varrendo o chão. Quando seus ascendentes chegaram ao Brasil? Quando terminou a
Abolição?
10. Espiche bem o pescoço na hora do
Globo Rural e conte quantos fazendeiros são negros, depois tire a conclusão de
quantos são sem-terra, quantos são sem-teto. Gire o pescoço durante a exibição
do programa Pequenas Empresas & Grandes Negócios e conte: Quantos
empresários são negros?
11. Nos canais abertos de televisão, gire
o pescoço nas programações e conte quantos apresentadores, jornalistas ou
âncoras de jornal, artistas em estado de estrelato, são negros. Onde as
crianças negras se veem representadas? Pergunte-se se esta espécie de racismo é
construtivo para a auto estima dos pequenos filhos de determinada etnia?
12. Enfie seu pescoço
dentro das instituições bancárias e conte quantos negros são gerentes, quantos
são caixas e quantos são faxineiros.
13. Vá num dos bairros mais caros de sua
cidade, de seu estado, gire seu pescoço pelas ruas, dentro das casas, no
comércio. Quantos negros são moradores? Quantos são seguranças e empregados
domésticos ? Aproveite e torça seu pescoço nos ‘melhores’ restaurantes,
quantos clientes são negros? Aliás, conte quantos chefs são
negros? Pergunte-se a diferença de salários entre um chef badalado e as cozinheiras
negras.
Aplique o "Teste do Pescoço" no
seu dia a dia, em todos os lugares, tire suas próprias conclusões.
Somos de fato um país
pluricultural, uma ‘Democracia Racial’ tratados iguais e com as mesmas
chances?
Desde quando existe esta diferença que
você viu?
Procure na História do seu país, regresse
500 anos e encontre as respostas."
Fonte:
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