Nenhuma outra guerra mudou o mapa da Europa de forma tão dramática, quanto a Primeira Guerra Mundial, que começou em 28 de julho de 1914, com o assassinato do arquiduque Francisco Fernando da Áustria, o herdeiro do trono da Áustria-Hungria, pelo nacionalista iugoslavo Gavrilo Princip, em Sarajevo, na Bósnia, e durou até 11 de novembro de 1918.
Quatro impérios desapareceram após o fim
do conflito: o Alemão, o Austro-Húngaro, o Otomano e o Russo. Quatro dinastias,
juntamente com as aristocracias que as apoiavam, caíram após a guerra: os Hohenzollern,
os Habsburgos, os Romanov e os Otomanos. Países como a Bélgica e a Sérvia
passaram por destruições severas, assim como a França, que perdeu 1,4 milhão de
soldados, sem contar as vítimas civis. A Alemanha e Rússia
foram igualmente afetadas.
A guerra teve consequências econômicas
profundas. Dos 60 milhões de soldados europeus que foram mobilizados entre os
anos de 1914 e 1918, 8 milhões foram mortos, 7 milhões foram incapacitados de
maneira permanente e 15 milhões ficaram gravemente feridos. A Alemanha perdeu
15,1% de sua população masculina ativa, a Áustria-Hungria perdeu 17,1% e a
França perdeu 10,5%.
Na Alemanha, as mortes de civis foram 474
mil superiores do que em tempo de paz, em grande parte devido à escassez de
alimentos e desnutrição que enfraqueceu a resistência à doenças. Até o final da
guerra, a fome matou cerca de 100 mil pessoas no Líbano. As estimativas mais
confiáveis sobre o número de vítimas da fome russa de 1921, apontam a morte de
entre 5 e 10 milhões de pessoas. Por volta de 1922, havia entre 4,5 milhões e 7
milhões de crianças de rua na Rússia, como resultado de quase uma década de
devastações causadas pela Primeira Guerra Mundial, pela Guerra Civil Russa e
pela crise de fome subsequente, entre 1920 e 1922. Muitos russos
anti-soviéticos fugiram do país após a Revolução Russa de 1917; na década 1930,
a cidade chinesa de Harbin, no norte do país, recebeu 100 mil russos. Outros
milhares emigraram para a França, Reino Unido e Estados Unidos. Meu avô (russo)
veio para o Brasil.
Dos cerca de 416 mil australianos que
lutaram na guerra, cerca de 60 mil foram mortos e outros 152 mil ficaram
feridos.
Doenças floresceram nas condições
caóticas da guerra. Apenas em 1914, piolhos infectados pelo tifo epidêmico
mataram 200 mil pessoas na Sérvia. Entre 1918 e 1922, a Rússia tinha cerca de
25 milhões de infecções e 3 milhões de mortes por tifo. Considerando
que antes da Primeira Guerra Mundial a Rússia registrava cerca 3,5 milhão de
casos da malária, após o conflito seu povo sofreu com mais de 13 milhões de
casos em 1923. Além disso, a grande epidemia de gripe em 1918 se
espalhou pelo mundo. No geral, a pandemia de gripe espanhola matou ao menos 50
milhões de pessoas.
O Brasil, a princípio, neutro, foi
o único país latino-americano a participar da Segunda Guerra Mundial, depois
que dois navios brasileiros foram torpedeados: o Rio Branco e o Paraná
(carregado de café, que posteriormente foi indenizado) e três brasileiros
mortos. Foram torpedeados também o navio Tijuca, perto da costa francesa, o
vapor Lapa, o navio mercante Macau perto da costa espanhola e os navios Guaíba
e Acari.
Em 1917, o governo brasileiro confiscou
42 navios alemães que estavam em portos brasileiros, como uma indenização de
guerra, essa quantia considerável de navios passou a corresponder a um quarto
da frota brasileira.
Com a pressão popular contra a Alemanha,
no dia 26 de outubro de 1917, o país declarou guerra à aliança germânica.
Isso tudo deveria ter servido de exemplo
ao mundo, entretanto, parece que os povos não aprenderam nada, pois apenas 20
anos depois ocorreria a Segunda Guerra Mundial.
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