sexta-feira, 22 de março de 2013

IVATUBA: BATE-BOLA DA DENGUE

Em virtude de ainda continuarem algumas dúvidas sobre a dengue, publicamos hoje um bate-bola da Dengue. Confira.



O que é a dengue?
A dengue é uma doença infecciosa causada por um vírus. Este vírus pode ser de quatro sorotipos diferentes: DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4. Nos países tropicais, a dengue é um sério problema de saúde pública, pois as condições do meio ambiente favorecem o desenvolvimento e a proliferação do Aedes aegypti, principal mosquito transmissor da doença.

Onde existe dengue?
A dengue existe no Sudeste Asiático, na África e nas Américas.

No Brasil, quando começou a dengue?
No Brasil há referências à dengue desde 1846, quando teria havido uma epidemia no Rio de Janeiro. Há registros de epidemias em São Paulo, entre 1852 e 1853 e em 1916. Em 1923 ocorreu uma epidemia em Niterói. A primeira epidemia documentada clínica e laboratorialmente ocorreu em 1981, em Boa Vista, Roraima, causada pelos tipos 1 e 4. Em 1986, a epidemia de dengue atinge o Rio de Janeiro, Ceará e Alagoas. Só no Rio de Janeiro ocorreram 1.000.000 de casos. No Estado de São Paulo, em 1987, começa uma grande epidemia na região de Araçatuba, que se disseminou para outras regiões. Em 2000, já havia 64 municípios envolvidos com a transmissão, totalizando 3.520 casos no Estado de São Paulo.

Como a dengue é transmitida?
A dengue é transmitida por um vetor (agente transmissor da doença), no caso, por um mosquito. No Brasil o vetor é o mosquito da espécie Aedes aegypti. Ele não é, porém, o único vetor da dengue: o mosquito Aedes albopictus é um vetor comprovado na Ásia. Aqui no Brasil, existe o Aedes albopictus em vários Estados, mas este não participa da cadeia de transmissão de dengue.

Como o Aedes aegypti transmite a doença?
A transmissão se dá pela picada do mosquito Aedes aegypti que ficou infectado porque picou uma pessoa doente. Esse mosquito infectado, picando uma pessoa sadia, passa o vírus da dengue e esta pessoa fica doente. Não há transmissão pelo contato direto de uma pessoa doente para uma pessoa sadia. Também não há transmissão pela água, por alimentos ou por quaisquer objetos. A dengue também não é transmitida de um mosquito para outro, nem através de outros animais.

Quais os hábitos do Aedes aegypti e por que é importante conhecê-lo?
É importante conhecer os hábitos do mosquito para melhor combatê-lo. O mosquito Aedes aegypti é uma espécie doméstica. Nasce e se reproduz em água parada, limpa, de preferência em recipientes fabricados pelo homem, como latas, pneus, vasos etc., dentro ou perto das habitações humanas. É encontrado também em ocos de árvores, desde que estejam próximos às casas. Dificilmente é encontrado a mais de 100m das residências. A fêmea, para pôr seus ovos, é atraída principalmente por recipientes com boca larga, que estejam em locais sombreados. Por exemplo: pratinhos de vasos ornamentais, vasos de plantas aquáticas, recipientes como garrafas, latas, pneus expostos ao sol e chuva, caixa d'água sem tampa etc. As temperaturas mais altas também estimulam a oviposição, isto é, a postura dos ovos. A fêmea deposita e fixa seus ovos nas bordas dos recipientes.

Quem pica, quando e por que?
Quem pica é a fêmea e o faz para sugar o sangue. Os mosquitos acasalam 1 ou 2 dias após tornarem-se adultos. A partir daí, as fêmeas passam a se alimentar de sangue, que fornece as proteínas necessárias para o desenvolvimento dos ovos. As fêmeas têm preferência pelo sangue humano. Elas atacam vorazmente. São ativas durante o dia, podendo picar várias pessoas diferentes, o que explica a rápida explosão das epidemias de dengue.

Como se desenvolve o mosquito Aedes aegypti?
O desenvolvimento do mosquito se dá em etapas: ovo => larva => pupa => adulto. Depois que a fêmea pôs os ovos em condições adequadas, isto é, quando há calor e umidade, o desenvolvimento do embrião se faz em 48 horas. Os ovos que carregam este embrião podem suportar longos períodos (até um ano) de seca e serem transportados, grudados nas bordas dos recipientes, por longas distâncias. (Então, não adianta só jogar a água fora, é preciso lavar bem o recipiente, pq mesmo seco, os ovos continuam ali!). Essa é uma das razões pelas quais é difícil a erradicação do Aedes aegypti. O Aedes aegypti demora, em média, de 10 e 12 dias para passar da fase de ovo até se tornar um mosquito adulto. Este período é importante no combate ao mosquito, pois é mais fácil combatê-lo antes dele se tornar adulto.


Qual o tempo de vida do Aedes aegypti?
A vida média de uma fêmea adulta é de 45 dias. É importante lembrar de que, uma vez infectada pelo vírus, a fêmea permanecerá assim até o fim de sua vida.

Quais são as condições ideais para que o Aedes aegypti prolifere?
Há uma relação direta, nos países tropicais, entre as chuvas e o aumento do número de vetores. A temperatura influi na transmissão da dengue. Raramente ocorre transmissão da dengue em temperaturas abaixo de 16º C. A transmissão ocorre preferencialmente em temperaturas superiores a 20º C. A temperatura ideal para a proliferação do Aedes aegypti estaria em torno de 30 a 32 ºC.

Quem pode "pegar" dengue?
A suscetibilidade é universal, isto é, todo mundo pode "pegar" dengue, independentemente do sexo e idade. Observa-se que grupos mais expostos ao vetor adquirem mais a doença. É o caso das mulheres que, em razão do maior tempo de permanência no ambiente doméstico, têm maior risco de contrair a dengue.

Quanto dura o período de incubação?
Depois que a pessoa foi picada por um mosquito contaminado, ela não fica logo doente; começa a sentir os sintomas após 3 e até 15 dias. O intervalo sem sintomas chama-se "Período de Incubação".

Uma pessoa pode ter dengue mais de uma vez?
Pode, se for infectada por tipos ou, mais precisamente, sorotipos diferentes de vírus. São conhecidos quatro sorotipos do vírus da dengue: o 1, 2, 3 e o 4. Quando uma pessoa é picada por um mosquito infectado com um vírus de um sorotipo, adquire imunidade permanente para este sorotipo, mas não para os demais. Por exemplo, um indivíduo teve dengue causada pelo sorotipo 2 e é picado por um mosquito infectado com um vírus do sorotipo 1; neste caso ele pode ter dengue novamente, pois só tem anticorpos para sorotipo 2 e não para 1.
Existe mais de uma forma clínica de dengue?
Sim, existe a dengue clássica e a hemorrágica.

Quais os sintomas da dengue clássica?
A dengue clássica é usualmente benigna. Inicia-se com febre alta, podendo apresentar cefaléia (dor de cabeça), prostação, mialgia (dor muscular, dor retro-orbitária - dor ao redor dos olhos), náusea, vômito, dor abdominal, exantema máculo-papular (manchas na pele). No final do período febril podem ocorrer sangramentos, mas eles são raros na dengue clássica.

Quais os sintomas da dengue hemorrágica?
Os sintomas iniciais são os mesmos da dengue clássica, porém evoluem rapidamente para manifestações hemorrágicas de gravidade variável. Os casos típicos são caracterizados por febre alta, fenômenos hemorrágicos que vão desde leves sangramentos gengivais até manifestações graves, como hemorragia gastrintestinal, intracraniana e derrames. Nos casos mais graves, após o desaparecimento da febre, o estado do paciente se agrava repentinamente, com sinais de insuficiência circulatória e choque. Este estado pode levar o paciente a óbito em 12 a 24 horas ou à recuperação através de um tratamento antichoque apropriado.

Como uma pessoa pode contrair a dengue hemorrágica?
Existem três teorias para explicar o surgimento da dengue hemorrágica: 1. Estaria exposta a dengue hemorrágica uma pessoa que já tivesse contraído a doença anteriormente por um vírus diferente daquele que está circulando no local nesse momento. Por exemplo: uma pessoa contraiu dengue pelo sorotipo 1ao entrar em contato, através da picada do mosquito, pelo sorotipo diferente do 1, (isto é: 2, 3 ou 4), poderá desenvolver um quadro clínico de dengue hemorrágica. 2. A dengue hemorrágica dependeria da maior virulência de determinadas cepas do vírus, isto é, existiriam formas virais mais agressivas do que outras. 3. Uma última explicação seria que as formas hemorrágicas da dengue estariam mais associadas ao sorotipo 2 do vírus.

Medidas de Controle
Antes de qualquer coisa é importante nos lembrarmos de que o combate á dengue é uma responsabilidade dos governos, sejam eles da esfera federal, estadual ou municipal e da coletividade. A coletividade deve participar das atividades que visem o combate à dengue, pois só a atuação conjunta do governo e da população levará ao controle da dengue em nosso município. O nível MUNICIPAL deve montar um sistema de vigilância epidemiológica da doença e um sistema de controle do mosquito, tendo para isto financiamento das ações pelo Ministério da Saúde. O nível ESTADUAL é responsável pela coordenação da Vigilância Epidemiológica e responsável pelo diagnóstico laboratorial, medidas de controle em casos de epidemia, capacitação de pessoal para o trabalho de vigilância epidemiológica e controle e pesquisas na área. Todos devem contribuir no controle da dengue, eliminando os criadouros do Aedes aegypti, da seguinte maneira: cobrindo ou furando pneus; usando areia grossa em pratos de vasos de flores; ensacando e jogando no lixo vasilhames que possam acumular água; virando de boca para baixo garrafas vazias; tampando as caixas de água, etc. Eliminar os criadouros do Aedes é a ÚNICA maneira de evitar a dengue!


Fonte:
Secretaria Municipal de Saúde de Ivatuba.

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