Em virtude de ainda continuarem algumas dúvidas sobre a dengue, publicamos hoje um bate-bola da Dengue. Confira.
O que é a dengue?
A dengue é uma doença
infecciosa causada por um vírus. Este vírus pode ser de quatro sorotipos
diferentes: DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4. Nos países tropicais, a dengue é
um sério problema de saúde pública, pois as condições do meio ambiente
favorecem o desenvolvimento e a proliferação do Aedes aegypti, principal
mosquito transmissor da doença.
Onde existe dengue?
A dengue existe no Sudeste
Asiático, na África e nas Américas.
No Brasil, quando começou a
dengue?
No Brasil há referências à
dengue desde 1846, quando teria havido uma epidemia no Rio de Janeiro. Há
registros de epidemias em
São Paulo, entre 1852 e 1853 e em 1916. Em 1923 ocorreu uma
epidemia em Niterói. A
primeira epidemia documentada clínica e laboratorialmente ocorreu em 1981, em Boa Vista, Roraima,
causada pelos tipos 1 e 4. Em 1986,
a epidemia de dengue atinge o Rio de Janeiro, Ceará e
Alagoas. Só no Rio de Janeiro ocorreram 1.000.000 de casos. No Estado de São
Paulo, em 1987, começa uma grande epidemia na região de Araçatuba, que se
disseminou para outras regiões. Em 2000, já havia 64 municípios envolvidos com
a transmissão, totalizando 3.520 casos no Estado de São Paulo.
Como a dengue é transmitida?
A dengue é transmitida por um
vetor (agente transmissor da doença), no caso, por um mosquito. No Brasil o
vetor é o mosquito da espécie Aedes aegypti. Ele não é, porém, o único vetor da
dengue: o mosquito Aedes albopictus é um vetor comprovado na Ásia. Aqui no
Brasil, existe o Aedes albopictus em vários Estados, mas este não participa da cadeia
de transmissão de dengue.
Como o Aedes aegypti transmite
a doença?
A transmissão se dá pela
picada do mosquito Aedes aegypti que ficou infectado porque picou uma pessoa
doente. Esse mosquito infectado, picando uma pessoa sadia, passa o vírus da
dengue e esta pessoa fica doente. Não há transmissão pelo contato direto de uma
pessoa doente para uma pessoa sadia. Também não há transmissão pela água, por
alimentos ou por quaisquer objetos. A dengue também não é transmitida de um
mosquito para outro, nem através de outros animais.
Quais os hábitos do Aedes
aegypti e por que é importante conhecê-lo?
É importante conhecer os
hábitos do mosquito para melhor combatê-lo. O mosquito Aedes aegypti é uma
espécie doméstica. Nasce e se reproduz em água parada, limpa, de preferência em
recipientes fabricados pelo homem, como latas, pneus, vasos etc., dentro ou
perto das habitações humanas. É encontrado também em ocos de árvores, desde que
estejam próximos às casas. Dificilmente é encontrado a mais de 100m das residências.
A fêmea, para pôr seus ovos, é atraída principalmente por recipientes com boca
larga, que estejam em locais sombreados. Por exemplo: pratinhos de vasos
ornamentais, vasos de plantas aquáticas, recipientes como garrafas, latas,
pneus expostos ao sol e chuva, caixa d'água sem tampa etc. As temperaturas mais
altas também estimulam a oviposição, isto é, a postura dos ovos. A fêmea
deposita e fixa seus ovos nas bordas dos recipientes.
Quem pica, quando e por que?
Quem pica é a fêmea e o faz
para sugar o sangue. Os mosquitos acasalam 1 ou 2 dias após tornarem-se
adultos. A partir daí, as fêmeas passam a se alimentar de sangue, que fornece
as proteínas necessárias para o desenvolvimento dos ovos. As fêmeas têm
preferência pelo sangue humano. Elas atacam vorazmente. São ativas durante o
dia, podendo picar várias pessoas diferentes, o que explica a rápida explosão
das epidemias de dengue.
Como se desenvolve o mosquito
Aedes aegypti?
O desenvolvimento do mosquito
se dá em etapas: ovo => larva => pupa => adulto. Depois que a fêmea
pôs os ovos em condições adequadas, isto é, quando há calor e umidade, o
desenvolvimento do embrião se faz em 48 horas. Os ovos que carregam este embrião podem suportar longos
períodos (até um ano) de seca e serem transportados, grudados nas bordas dos
recipientes, por longas distâncias. (Então,
não adianta só jogar a água fora, é preciso lavar bem o recipiente, pq mesmo
seco, os ovos continuam ali!). Essa é uma das razões pelas quais é difícil
a erradicação do Aedes aegypti. O Aedes aegypti demora, em média, de 10 e 12
dias para passar da fase de ovo até se tornar um mosquito adulto. Este período
é importante no combate ao mosquito, pois é mais fácil combatê-lo antes dele se
tornar adulto.
Qual o tempo de vida do Aedes
aegypti?
A vida média de uma fêmea
adulta é de 45 dias. É importante lembrar de que, uma vez infectada pelo vírus,
a fêmea permanecerá assim até o fim de sua vida.
Quais são as condições ideais
para que o Aedes aegypti prolifere?
Há uma relação direta, nos
países tropicais, entre as chuvas e o aumento do número de vetores. A
temperatura influi na transmissão da dengue. Raramente ocorre transmissão da
dengue em temperaturas abaixo de 16º C. A transmissão ocorre preferencialmente
em temperaturas superiores a 20º C. A temperatura ideal para a proliferação do
Aedes aegypti estaria em torno de 30
a 32 ºC.
Quem pode "pegar"
dengue?
A suscetibilidade é
universal, isto é, todo mundo pode "pegar" dengue, independentemente
do sexo e idade. Observa-se que grupos mais expostos ao vetor adquirem mais a
doença. É o caso das mulheres que, em razão do maior tempo de permanência no
ambiente doméstico, têm maior risco de contrair a dengue.
Quanto dura o período de
incubação?
Depois que a pessoa foi
picada por um mosquito contaminado, ela não fica logo doente; começa a sentir
os sintomas após 3 e até 15 dias. O intervalo sem sintomas chama-se
"Período de Incubação".
Uma pessoa pode ter dengue
mais de uma vez?
Pode, se for infectada por
tipos ou, mais precisamente, sorotipos diferentes de vírus. São conhecidos
quatro sorotipos do vírus da dengue: o 1, 2, 3 e o 4. Quando uma pessoa é
picada por um mosquito infectado com um vírus de um sorotipo, adquire imunidade
permanente para este sorotipo, mas não para os demais. Por exemplo, um
indivíduo teve dengue causada pelo sorotipo 2 e é picado por um mosquito
infectado com um vírus do sorotipo 1; neste caso ele pode ter dengue novamente,
pois só tem anticorpos para sorotipo 2 e não para 1.
Existe mais de uma forma
clínica de dengue?
Sim, existe a dengue clássica
e a hemorrágica.
Quais os sintomas da dengue
clássica?
A dengue clássica é
usualmente benigna. Inicia-se com febre alta, podendo apresentar cefaléia (dor
de cabeça), prostação, mialgia (dor muscular, dor retro-orbitária - dor ao
redor dos olhos), náusea, vômito, dor abdominal, exantema máculo-papular
(manchas na pele). No final do período febril podem ocorrer sangramentos, mas
eles são raros na dengue clássica.
Quais os sintomas da dengue
hemorrágica?
Os sintomas iniciais são os
mesmos da dengue clássica, porém evoluem rapidamente para manifestações
hemorrágicas de gravidade variável. Os casos típicos são caracterizados por
febre alta, fenômenos hemorrágicos que vão desde leves sangramentos gengivais
até manifestações graves, como hemorragia gastrintestinal, intracraniana e
derrames. Nos casos mais graves, após o desaparecimento da febre, o estado do
paciente se agrava repentinamente, com sinais de insuficiência circulatória e
choque. Este estado pode levar o paciente a óbito em 12 a 24 horas ou à recuperação
através de um tratamento antichoque apropriado.
Como uma pessoa pode contrair
a dengue hemorrágica?
Existem três teorias para
explicar o surgimento da dengue hemorrágica: 1. Estaria exposta a dengue
hemorrágica uma pessoa que já tivesse contraído a doença anteriormente por um
vírus diferente daquele que está circulando no local nesse momento. Por
exemplo: uma pessoa contraiu dengue pelo sorotipo 1ao entrar em contato,
através da picada do mosquito, pelo sorotipo diferente do 1, (isto é: 2, 3 ou
4), poderá desenvolver um quadro clínico de dengue hemorrágica. 2. A dengue hemorrágica
dependeria da maior virulência de determinadas cepas do vírus, isto é,
existiriam formas virais mais agressivas do que outras. 3. Uma última
explicação seria que as formas hemorrágicas da dengue estariam mais associadas
ao sorotipo 2 do vírus.
Medidas de Controle
Antes de qualquer coisa é
importante nos lembrarmos de que o combate á dengue é uma responsabilidade dos
governos, sejam eles da esfera federal, estadual ou municipal e da
coletividade. A coletividade deve participar das atividades que visem o combate
à dengue, pois só a atuação conjunta do governo e da população levará ao
controle da dengue em nosso município. O nível MUNICIPAL deve montar um sistema
de vigilância epidemiológica da doença e um sistema de controle do mosquito,
tendo para isto financiamento das ações pelo Ministério da Saúde. O nível ESTADUAL
é responsável pela coordenação da Vigilância Epidemiológica e responsável pelo
diagnóstico laboratorial, medidas de controle em casos de epidemia, capacitação
de pessoal para o trabalho de vigilância epidemiológica e controle e pesquisas
na área. Todos devem contribuir no controle da dengue, eliminando os criadouros
do Aedes aegypti, da seguinte maneira: cobrindo ou furando pneus; usando areia
grossa em pratos de vasos de flores; ensacando e jogando no lixo vasilhames que
possam acumular água; virando de boca para baixo garrafas vazias; tampando as
caixas de água, etc. Eliminar os criadouros do Aedes é a ÚNICA maneira de
evitar a dengue!
Fonte:
Secretaria Municipal de Saúde de Ivatuba.
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