terça-feira, 12 de março de 2013

PARA QUE SERVE UM RELACIONAMENTO AMOROSO?

Tenho visto muita gente sofrendo por relacionamentos que não dão certo ou que são absurdamente sufocantes. Lembrei do texto de um psicólogo que fala sobre o relacionamento amoroso que vem muito a calhar para esclarecer a essas pessoas, o que é um relacionamento de verdade.

Para que serve um relacionamento amoroso?
Vamos partir do seguinte princípio: um relacionamento tem a principal função de nos propiciar o maior tempo possível de felicidade. Quando destaco o maior tempo possível quero dizer que obviamente, em uma situação que existem duas cabeças pensando, certamente haverá momentos de turbulência, divergências, porém, devem ser apenas momentos e que estes não se tornem normalidade na relação.

Ouço muitas pessoas falarem “Estou há tantos anos com meu parceiro que não sei se conseguiria recomeçar em um novo relacionamento” ou “Vou trocar o ruim pelo pior? Todos os relacionamentos serão problemáticos como o meu!”.

Não podemos nos conformar nunca com alguém ao nosso lado que não nos proporciona a felicidade, afinal, todo mundo já esteve sem namorado(a) um dia e nem por isso todos eram infelizes, não é verdade?

Comentarei brevemente 5 frases abaixo, que vivenciei em meus atendimentos e que se repetem constantemente, e que, se o parceiro não refletir e mudar, é a hora de buscar um outro caminho para sua vida:

‘Ele me agride, porém, só quando ele está muito nervoso!’
Lembro-me de uma paciente há alguns anos que me disse que o marido a agredia no máximo uma vez por mês. Pergunto: como uma pessoa se permite ser agredida e ainda se manter em um relacionamento assim? Entendo que muitas vezes é fácil falar e difícil agir, porém, relacionamentos onde ocorrem agressões físicas ou verbais, serão sempre fadados ao fracasso. Isso levará a uma destruição da autoestima do agredido e consequentemente uma dependência maior do agressor.

‘Ele vive mais com a família, prioriza mais os pais do que eu!’
Vamos partir do princípio que você já expressou seu incômodo, ok? Existem parceiros que tem uma enorme dificuldade de “cortar o cordão umbilical”. Se ocorrer este padrão de relacionamento em que a sensação que você tem é a de que casou com a família e não com o parceiro, é o momento de se questionar. Relacionamentos com o padrão de família aglutinada, ou seja, sempre juntos, sempre uns opinando na vida do outro, são relacionamentos problemáticos que dificilmente mudam. Obviamente que quando casamos ou namoramos alguém, teremos algum tipo de contato com a família, porém, desde que seja preservada a individualidade do casal.

‘Depois que passou a fase da paixão, percebi que não temos a menor sintonia em nada!’
Costumo dizer que o momento da paixão funciona como uma entrevista de emprego: cada um vai querer mostrar o seu melhor lado. Ninguém vai para uma entrevista e diz: “Sou nervoso, tenho várias manias!”. Portanto, na paixão o mesmo padrão aparece. Passado este momento em que o seu “currículo” foi aprovado, naturalmente ocorre um relaxamento no relacionamento em que o que estava “maquiado” começa a aparecer.  É nessa fase importantíssima que temos que olhar para o relacionamento e questionar a verdadeira sintonia. Se os valores morais, padrões de comportamentos, valores familiares, religião, caráter, objetivos para o futuro forem muito diferentes, é hora de questionar a continuidade. Isso certamente gerará um desconforto insustentável.

‘Ele não me deixa fazer nada que eu quero!’
Para começar, vamos deixar bem claro que ninguém é dono de ninguém! Privar ou ser privado de sua individualidade é algo insuportável. Todos nós temos vontades, amigos, família, vida profissional e estas devem fazer parte continuamente da nossa rotina. Deixar alguém o privar de suas vontades é o mesmo que tirar seu oxigênio pouco a pouco até o desmaio. Ninguém suportará esse tipo de vida por muito tempo. Posso afirmar com total segurança que você terá duas opções: ou terminar a relação ou adoecer. Portanto, hora de se priorizar!

‘Ele tem vários projetos, vários passeios, mas eu nunca estou incluída!’
Parou para pensar que às vezes é melhor enxergarmos que não estamos incluídos na vida do outro, “pular deste barco”, do que ficar gerando grandes expectativas e enormes frustrações? Vi muitos casos que o parceiro tem medo de terminar por ficar só, dó de terminar e consequentemente ficam “amarrando a vida da outra pessoa”. Não consigo imaginar outra palavra a não ser desonestidade, porém, quero destacar uma frase que particularmente sempre carreguei em minha vida:

Fazem comigo o que eu permito! Não permita que alguém lhe faça o mal e não te deixe buscar continua e diariamente sua felicidade.

Para finalizar, eu realmente entendo que quando estamos em um relacionamento, sempre iniciamos com uma grande expectativa para que tudo dê certo, afinal ninguém entra em um jogo querendo perder, porém, quando a dor toma lugar do prazer, a tristeza suprime a felicidade, é hora de realmente repensar antes que esta situação leve a uma patologia maior, como uma depressão, por exemplo. Se não consegue sair sozinha (o), se sente incapaz, impotente, procure uma ajuda, mas nunca, repito, nunca se acomode na infelicidade.

Lembre-se: quando escolhemos uma pessoa para ficar ao nosso lado, deixamos de lado vários pretendentes, portanto, para alguém estar e continuar em sua vida tem que valer muito a pena.


Alessandro Vianna 
(psicólogo clínico e sente um enorme prazer em estudar e entender o comportamento humano).

Um comentário:

  1. AMIGA AMEI ESSE TEXTO, SAUDADES DAS SUAS REPORTAGENS REFLEXIVAS!

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