O fotrógrafo David Jay, fez um projeto para o SCAR
Project que mostra que o câncer de mama exige mais seriedade que uma fita rosa
e que o encanto feminino é superior ao sofrimento.
Fotógrafo acostumado com moda há 15 anos,
David Jay apresenta outra visão da beleza feminina: sem idealizações, sem as
construções materiais que amoda implica, sema urgência que nos é imposta. Num
primeiro momento, as fotos do projeto podem causar diversas reações entre os
que se revoltam e argumentam que não há beleza na dor, que isso é exploração.
Mas há que se dar a chance de as imagens falarem mais do que o superficial. Há,
sim, beleza na dor, mas não a beleza massificada de todos os dias: há o encanto
inerente à condição humana, na sua total fragilidade.
Tudo começou quando Jay viu uma amiga de
apenas 29 anos ter que passar por uma cirurgia mastectômica, que consiste em retirar
completamente a mama e é um dos possíveis tratamentos para o câncer. Segundo
David, essa foi a maneira que ele encontrou de confrontar e aceitar a situação.
Daí em diante, várias mulheres foram fotografadas pelas suas lentes.
De acordo com o fotógrafo, o objetivo do
projeto é o mesmo de outras campanhas: o de alertar mulheres para o perigo do
câncer de mama. Porém, são dois os grandes diferenciais: o primeiro é o público
alvo, que é o de mulheres jovens; o segundo é a honestidade com que ele procura
mostrar a doença.
Para Jay, as campanhas de combate ao
câncer acabam não alertando para o real perigo, escondidas atrás de laços rosa
e propagandas “fofas”. Seu objetivo vem na contramão dessa ideia, nas suas
palavras: “Eu não vou mostrar apenas metade da história - que tudo vai ficar
bem e essas meninas têm câncer de mama, mas irão continuar com suas vidas -
porque esse não é o caso. Eu gostaria que fosse o caso, mas a realidade é que
algumas dessas meninas estão morrendo e é importante ter a sua história, mas
também porque essa é a realidade da doença.”
Ele ainda argumenta que em uma análise
mais demorada é possível perceber que as imagens não são estritamente sobre o
câncer de mama, mas sim sobre autoaceitação, compaixão, amor e humanidade. O
fotógrafo complementa: “Trata-se de aceitar tudo que a vida nos oferece... toda
a beleza... todo o sofrimento também... com graça, coragem, empatia e
compreensão. "
Confira.
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