Os preços cada vez mais altos podem levar o Japão a
cortar praticamente pela metade sua meta de compras de trigo para ração
animal no ano até março de 2014, com o país buscando cada vez mais o
milho como substituto, disseram traders, reforçando a tendência vista no
ano passado de beneficiar fornecedores de milho que não dos EUA.
O Brasil, que exportou um recorde de milho no ano
passado, deverá estar entre os principais beneficiados do retorno do
Japão ao milho neste ano, assim como a Argentina e a Ucrânia.
Maiores compras de milho do Japão, importante
importador mundial, podem apertar ainda mais os estoques globais e
ajudar a apoiar o contrato referência dos futuros norte-americanos, que
atingiram máximas históricas após uma forte seca danificar a produção
dos EUA no ano passado.
"O milho norte-americano é caro, e sua disponibilidade é
baixa", disse um gerente em uma importadora japonesa. "Nós estamos
tentando usar mais milho de outros fornecedores, como os da América do
Sul."
Em 2012, o uso japonês do milho para ração dos EUA,
tradicionalmente maior fornecedor do país asiático, caiu 28 por cento,
com uma alta nos preços norte-americanos a máximas recordes levando o
Japão a buscar alternativas, incluindo o trigo para ração.
No entanto, traders estimam que a meta do governo
japonês para o trigo para ração deve cair para cerca de 700 mil
toneladas ante as 1,21 milhão de toneladas no ano até 31 de março, com
produtores voltando a usar o milho para alimentar suas aves, gado e
suínos
.
Os produtores de ração no Japão passaram a usar trigo
pelos últimos dois anos, com grandes volumes do cereal danificado pela
chuva e de qualidade reduzida disponíveis na Austrália e na região do
Mar Negro, em meio a oferta de milho apertada.
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