A Gazeta do Povo - Maringá, divulgou hoje que "o Ministério Público do Paraná (MP-PR) e o Conselho Tutelar de Maringá
investigam supostos maus-tratos contra crianças em uma pré-escola
privada da região central do Município. A denúncia foi feita por duas
mães de alunos em outubro do ano passado. De acordo com um ofício do MP, as crianças podem ter ficado sem comer o dia todo, além de sofrerem outros tipos de tortura.
De acordo com o conselheiro tutelar Vandré Fernando,
várias mães que têm os filhos matriculados na escola estão sendo
ouvidas para apurar as supostas irregularidades no tratamento aos
alunos. Há, também, a denúncia de que as crianças estariam sendo
trancadas em um quarto escuro.
O oficial da Vara da Infância e Juventude Moacir Kernievicz da Silva
também confirma que os fatos estão sendo apurados. "Estamos averiguando
todos os indícios para constatar se os fatos realmente aconteceram. O
importante, nesse momento, é prezar o bem-estar das crianças", ressalta.
Uma professora universitária, mãe de uma criança, diz ter desconfiado
que o filho, de 5 anos, estava sendo maltratado depois que teve seis
conjuntivites e passou a demonstrar um comportamento agressivo e
retraído. O garoto teria pedido para não ir mais à escola, porque “a tia
o trancava no ‘porão’ [a forma que o garoto descrevia um almoxarifado,
segundo a mãe]”.
“Ele estava agressivo, arredio. Dizia que a tia o trancava com mais
duas crianças em um local escuro. Além disso, as professoras alegavam
dar frutas, mas, na verdade, ele passava o dia inteiro sem comer e
ninguém falava nada”, afirma a denunciante.
Ela diz ter conversado com funcionárias da escola, que confirmaram os
maus-tratos. Além disso, a mãe conta que vizinhos contaram que ouviam
xingamentos e gritos vindos da escola. “Tenho depoimentos dessas pessoas
gravados. Também fiquei sabendo que uma criança morreu lá em 2010, por
falta de atendimento adequado. O veterinário de uma clínica do lado
precisou socorrê-la. Isso reforça ainda mais a tese de que eles não
tinham o devido preparo”, revolta-se.
Outra mãe também afirma que o filho, de 4 anos, sofreu maus tratos.
Ela conta que passou a investigar o que ocorria na escola porque o
garoto relatou que “a tia o colocava de castigo”. Além disso, ele
chegava sempre assado e sujo das aulas, segundo ele. “Um dia ele
derrubou algo e me disse: ‘Eu sou um porco, né? Um grande de um idiota’.
Eu perguntei por que ele achava isso, e ele me contou que a professora
falava isso dele”, lembra.
As duas mães dizem ter laudos da Polícia Civil que comprovam que as crianças falavam a verdade. O Conselho Tutelar declara que as provas existem, no entanto, a polícia não confirmou ter os laudos até esta quarta-feira (27).
Outras irregularidades
O Corpo de Bombeiros vistoriou a escola e constatou
que ela não cumpre as exigências de segurança para o funcionamento
adequado. De acordo com o laudo, emitido na terça-feira (26), faltam
extintores, sinalização de emergência e corrimão nas rampas.
O Conselho Tutelar de Maringá informou que, por conta das irregularidades apontadas, vai solicitar à Vara da Infância e da Juventude o fechamento imediato da escola nesta quinta-feira (27).
A Gazeta Maringá entrou em contato com a escola, mas, até às 17h20 desta quarta-feira, a diretora não quis se pronunciar."
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