domingo, 17 de fevereiro de 2013

Menino albino tem mão cortada para servir de amuleto

Criminosos em busca de albinos para fabricar amuletos cortaram a mão de um menino de sete anos na Tanzânia, indicaram as autoridades neste domingo.

"O menino foi atacado no sábado por três pessoas quando voltava caminhando para casa, com quatro companheiros de escola", disse Apolinary Macheta, chefe do governo do distrito de Milepa, no sudoeste da Tanzânia.


O menino, Mwigulu Magessa, está internado em um hospital, acrescentou Macheta.


Poucos dias antes, homens armados com facões cortaram o braço de uma mulher albina, mãe de quatro crianças. A polícia disse no sábado que prendeu cinco homens.

Geralmente, os mais jovens são o alvo. No inicio do mês de Maio de 2008, Vumilia Makoye, 17 anos, estava jantando com sua família numa cabana na parte ocidental da Tanzânia quando dois homens a atacaram e lhe serraram as pernas, tendo a jovem acabado por falecer. Vumilia era como muitos outros africanos com albinismo.

Ela havia abandonado a escola porque sofria de miopia severa, um problema comum em albinos, cujos olhos se desenvolvem de forma anormal, fazendo com que tenham que segurar objetos como livros e telemóveis a cinco centímetros de distância para conseguir vê-los.

Ela não conseguia encontrar um emprego porque ninguém queria contratá-la. Vumilia vendia amendoim no mercado, enquanto sua pele delicada era queimada pelo sol.

Quando a mãe de Vumilia, Jeme, viu os homens tentou bloquear a porta da cabana. Mas os homens eram mais fortes que ela e conseguiram invadir.


Na África, muitos albinos são assassinatos e esquartejados pela crença de que seus membros servem para fazer amuletos que trazem boa sorte e prosperidade e que chegam a ser vendidos por milhares de dólares. 

A ignorância é total e absurda!

Na Tanzânia, país entre os últimos colocados no ranking de desenvolvimento humano da ONU e com renda per capita de 440 dólares, o comércio de órgãos para feitiçaria é um negócio que vale qualquer risco. 

As partes mais valorizadas do corpo de um albino (dedos, língua, braços, pernas e genitais) podem atingir 3 000 dólares a peça. Apesar de a incidência de albinismo no país estar cinco vezes acima da média mundial, a demanda é tão grande que a Tanzânia importa clandestinamente pedaços de corpos. 

Pescadores tecem fios de cabelo de albinos em suas redes para ter sucesso na pescaria. Mineiros penduram no pescoço amuletos feitos com seus ossos moídos. Quem consegue beber o sangue ainda quente de um albino tem sorte em dobro. Melhor ainda se for de uma criança, pois a pureza infantil intensifica o poder do feitiço.  

Devido a uma tenebrosa superstição, essas pessoas são mortas e têm o corpo retalhado para ser vendido a feiticeiros.

O caso dos albinos provoca maior indignação mundial devido aos esforços de um albino canadense, Peter Ash, que criou a ONG Under the Same Sun para pressionar o governo da Tanzânia a reprimir o tráfico de carne humana. Poucas providências foram tomadas. “Sabemos que pessoas poderosas se consultam com os feiticeiros e não querem ver seu nome em tribunais. Se as vítimas fossem normais, os culpados já estariam presos”, disse Ash a VEJA. Na semana passada, ele desembarcou na Tanzânia para continuar sua campanha. Por razões óbvias, fez-se acompanhar de três guarda-costas.

Deus os perdoe, porque eles não sabem o que fazem!


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