Desconhecida no cultivo de soja, a lagarta-do-algodão vem sendo
tratada como uma nova ameaça à oleaginosa neste início de temporada. Os
agricultores estão reforçando a aplicação de inseticidas para controlar a
praga em Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais, São
Paulo e no Paraná, conferiu a Expedição Safra nas viagens realizadas por
esses estados nas últimas semanas.
“Tivemos 100 hectares atacados
e fizemos uma pulverização de emergência para evitar prejuízo maior na
produtividade. Ainda não sabemos exatamente qual será o impacto. A
lagarta-do-algodão é capaz de destruir as plantas em cinco dias”, contou
Hendrik Barkema, produtor de soja e milho em Tibagi, nos Campos Gerais
do Paraná. A região não planta algodão.
O inseto pode estar simplesmente migrando de uma região para outra,
mas essa explicação é considerada simplista pelos técnicos. O agrônomo
José Roberto Massud, que atua em Cândido Mota (Sudoeste de São Paulo),
na área de abrangência da cooperativa Coopermota, tem uma teoria para
explicar o fenômeno. A expansão do milho Bt, que já representa três
quartos das lavouras do cereal do país e dispensa o uso de inseticidas
contra lagartas, abre espaço para que insetos mais raros se multipliquem
livremente. Com uma população maior, a lagarta-do-algodão teria migrado
para a soja e desenvolvido gosto pelas folhas da oleaginosa.
“A redução no uso de inseticidas é uma explicação plausível. Mas, serão necessários estudos de campo para se chegar a uma conclusão segura, que vai definir a melhor estratégia de controle”, acrescenta o agrônomo Rudinei Godorni, que atua na região de Itaberá (Sul de São Paulo) como técnico da cooperativa Castrolanda. Ele vem orientando os produtores a controlarem a lagarta-do-algodão logo que identificam sua presença com produtos tradicionais.
“A redução no uso de inseticidas é uma explicação plausível. Mas, serão necessários estudos de campo para se chegar a uma conclusão segura, que vai definir a melhor estratégia de controle”, acrescenta o agrônomo Rudinei Godorni, que atua na região de Itaberá (Sul de São Paulo) como técnico da cooperativa Castrolanda. Ele vem orientando os produtores a controlarem a lagarta-do-algodão logo que identificam sua presença com produtos tradicionais.
Nas lavouras de algodão, a lagarta é controlada com inseticidas
específicos. Segundo os técnicos, os produtos registrados para a
cotonicultura não podem ser simplesmente usados na soja. Somente
produtos registrados para a oleaginosa devem ser aplicados em casos de
ataque.
Existem ao menos nove lagartas que atacam a soja. A do algodão
(Helicoverpa gelotopoeon) está entre elas, mas sempre foi uma praga
secundária, relatam os agricultores. Há registro de ampliação dos
ataques na Argentina há quatro safras.
A identificação da lagarta-do-algodão exige conhecimento técnico. Ela
tem pretuberâncias com pelos finos e está entre o verde e o cinza, mas
muda de cor dependendo da alimentação. Outra diferença é seu hábito
alimentar: gosta de comer as folhas novas da soja e fica envolta nos
trevos.
Segundo a Fundação de Apoio à Pesquisa Agropecuária de Mato Grosso, a
Fundação MT, neste ano há registro de ataque intenso também da
lagarta-da-maçã (Heliothis virescens). A orientação é para que os
produtores monitorem também o aparecimento da falsa-medideira
(Pseudoplusia includens).
Fonte:
http://www.gazetamaringa.com.br/online/conteudo.phtml?tl=1&id=1326802&tit=Lagarta-sai-do-algodao-e-ataca-a-soja-em-6-estados
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