No mês de dezembro deste ano, a incidência média de raios ultravioletas na região Noroeste, e em todo o estado do Paraná, foi classificada com o índice 14, considerado de radiação extrema em uma escala que varia de 1 a 16. De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação,
esse índice aponta o nível de radiação solar presente na superfície da
Terra. Quanto maior a taxa de radiação, maior o risco de danos e doenças
cutâneas, como o câncer de pele.
A pesquisadora do Inpe Simone Sidevert explica que o índice é o mais alto já registrado no Paraná
desde 2005, quando o Instituto iniciou o monitoramento da radiação
ultravioleta por meio de satélites. A alta da incidência dos raios é
percebida, também, nos consultórios médicos. A dermatologista Fabiola Tasca
afirma que casos de manchas e queimaduras causadas pelo sol aumentaram
recentemente. “Atendo há uma década e este ano o número de pacientes com
problemas relacionados à exposição ao sol aumentou significativamente.”
Segundo a médica, a falta de conscientização sobre a proteção diária é
a principal causa de doenças. “As pessoas ainda acham que o uso do
protetor só é necessário na praia ou na piscina. O que não é verdade.”
Fabiola defende que o filtro solar deve ser incorporado aos hábitos de
cuidados diários. “É a mesma coisa que escovar os dentes. Precisa fazer
de manhã, no meio do dia e à noite. Assim como a escovação, a proteção
solar deve ser refeita sempre que necessário.”
A displicência em relação aos cuidados aumenta o número de casos de
câncer de pele, o tipo de câncer mais comum no Brasil, que corresponde a
25% dos tumores malignos registrados no país. São quase 125 mil casos
por ano. A situação é mais grave no interior onde o número de casos é
40% maior do que o registrado em cidades litorâneas, segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia.
“Isso acontece porque as pessoas acham que não se expõem ao sol no
dia-a-dia. Elas esquecem que andam na rua, dirigem carros e que os raios
ultravioletas atravessam até as janelas de vidros”, esclarece a
dermatologista.
É por isso que a ANVISA já modificou algumas regras sobre a proteção solar, como já noticiamos: AQUI.
Proteção é melhor combate à radiação ultravioleta
A dermatologista Fabiola Tasca explica que para
uma proteção eficaz é preciso aplicar, pelo menos três vezes ao dia,
porções generosas de filtro solar. “O ideal é aplicar uma colher rasa de
chá na região das mãos e rosto. Nas áreas maiores, como braços e
pernas, essa porção aumenta para duas a três colheres de chá por
região.”
Além do uso contínuo do filtro solar, pessoas que se expõem ao sol
com maior freqüência precisam aderir ao uso de chapéu, camisas longas e
óculos de sol. “Não pode brincar de se proteger. É um cuidado que
precisa ser feito todo dia, sem exceção.”
A médica afirma que há opções de protetores eficientes que variam de R$ 15 a R$ 200 nas farmácias de todo o Brasil.
Além disso, existem opções das mais variáveis texturas que vão do
mousse, gel e creme ao pó. “Com tantas opções não tem como uma pessoa
não se adaptar a um tipo de protetor. Não tem desculpa.”
Na hora de escolher o filtro, a médica ensina que é preciso conferir se
há especificação sobre proteção contra raios UVA na embalagem, principal responsável pelo câncer de pele, com fator mínimo 30.
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