Ontem pela manhã, a mãe da aluna ligou para a
Redação da Folha e fez questão que o jornal registrasse a jovem pintando a
parte do muro que a filha pichou. Segundo ela, o castigo aplicado à filha
também serviria para que outras mães tomassem a iniciativa de corrigir os
filhos a partir da conscientização.
“Se ela sujou, pichou, tem que limpar. Conversei
muito com ela ontem à noite [anteontem] e chegamos à conclusão que, se ela
errou, deveria pagar por seu erro. Então, entramos em acordo e ela se propôs
limpar, pintar o que sujou. Que isso sirva de exemplo para outros responsáveis.
A escola é nossa, por isso temos que cuidar dela, todos”, ressaltou.
A mãe ainda disse que foi a filha que chegou até
ela e contou o ocorrido, admitindo que havia pichado o muro na companhia de uma
colega, mas garantiu que nunca mais faria aquilo. “E também por isso decidi
tomar providência antes de ser chamada na escola”, lembrou.
O que a cabeleireira não aceita é que a direção da
escola já lhe avisou que a filha dela será expulsa assim que terminar o ano
letivo. Não terá a matrícula renovada. Além disso, a aluna também foi suspensa
[a partir de ontem] por cinco dias, mesmo estando em semana de prova. “Isso eu
não aceito. Sei que minha filha errou, mas desta forma ela será prejudicada.
Vai estudar aonde? Numa escola longe de casa?”, questionou a mãe.
Ainda ontem pela manhã, a Folha tentou falar com a
direção da escola, mas uma porteira trouxe o recado: “O diretor disse que não
vai atender, e que qualquer informação deve ser obtida pela Secretaria de
Educação”.
Também com o rolo de tinta na mão, a outra aluna
pintava o muro, mas, infelizmente, a mãe dela já tinha avisado que a
adolescente iria levar uma surra quando chegasse em casa. “Comigo é assim. Vai
levar uma taca pra aprender a nunca mais fazer isso”, avisou.
Nervosa, a mãe estava muito irritada com o
posicionamento da direção da escola. “Alguns professores discutem com os alunos
e até xingam. Não se dão respeito e querem respeito. Dia desses pegaram um
moleque aí dentro com facão, mas não fizeram nada. E agora querem expulsar
minha filha? Isso é um absurdo”, criticou.
A equipe de reportagem também tentou conversar com servidores da escola, mas ninguém quis dar entrevista. As mães reclamaram ainda que a unidade de ensino constantemente é palco de violência, até com esfaqueamento de aluno, e que ninguém nunca foi expulso. Por isso, conforme as mães, as jovens que picharam o muro não poderiam receber tão severa punição.
A equipe de reportagem também tentou conversar com servidores da escola, mas ninguém quis dar entrevista. As mães reclamaram ainda que a unidade de ensino constantemente é palco de violência, até com esfaqueamento de aluno, e que ninguém nunca foi expulso. Por isso, conforme as mães, as jovens que picharam o muro não poderiam receber tão severa punição.
“E tem lei que garante que nossas filhas estudem o
mais perto possível da escola. O que não pode é elas deixarem de estudar.
Esperamos que a direção reveja esta decisão. Elas erraram, mas foram corrigidas
da maneira correta, sem agressão, pintando o muro que picharam”, lembrou uma
das mães.
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