É bastante comum ouvir gente
dizendo que vai é vender seu voto. Então surgem frases do tipo “Eu tô valendo
50 reais”, “meu voto depende de quanto vão me dar”, “é ano de eleição, tô
precisando mesmo de uns materiais de construção”, “eita que esse ano eu vou
encher a cara de cachaça que os políticos vão me dar” entre outras frases
típicas de quem está prestes a vender ouro 24 kilates e receber como pagamento
um monte de esgoto seco.
Quem vende seu próprio voto não
ganha nada com coisa nenhuma. O pagamento que o político mau caráter vai te dar
pelo seu voto é ouro de tolo, é mais sem valor que a própria palavra do tal
político que está pagando pra você votar nele.
Aí tem gente que diz assim: “Ah
só o meu voto não vai fazer diferença”. Outro fatal engano. O seu voto é tão
importante que os políticos o disputam a tapa e baixarias. E quem disse que seu
voto não faz diferença? Veja bem, de grão em grão a galinha enche o papo, de
tijolinho em tijolinho se levanta um enorme edifício, de fio em fio a cabeça
fica repleta de cabelos, de gota em gota a chuva inunda uma cidade, uma região
inteira. Sim! O seu voto faz toda a diferença. E eles (as criaturas, os
políticos) sabem tão bem disso que criam em cada eleitor a ilusão de que na
verdade um ‘votinho’ só não vale nada.
Pense bem numa coisa eleitor de
cada município deste Paranazão: se o político te dá duas garrafas de cachaça,
em 4 anos como prefeito ou vereador ele vai se sentir livre pra lhe roubar
milhões de reais, como vemos todos os dias acontecendo, e enquanto você vai
ficar morando numa casinha com 40 m², aquele político que comprou seu ouro,
digo, seu voto, vai roubar seu dinheiro e construir mansões, e até castelos,
para ele e seus puxa sacos.
Se o político te dá uma passagem
para você ir com alguma pessoa doente pra Curitiba, por exemplo, ele não está
tirando do bolso dele não, ele está utilizando o dinheiro da prefeitura, dos
impostos que você paga todos os dias, o seu dinheiro, que está lá tanto para
oferecer um sistema de saúde de qualidade quanto para ajudar as pessoas da
cidade no que for preciso. E enquanto você está achando a maior vantagem vender
o voto em troca de uma passagem, ele (o político que comprou seu voto) vai é
roubar, digo, desviar, dinheiro e comprar um monte de “Hilux” e “Rangers” pra
ele, pra mulher, pra filharada, enquanto você e seus parentes doentes vêm para
a capital numa ambulância caindo os pedaços.
Então todos os dias alguém diz
assim: “Eu não gosto de política, os políticos são todos corruptos”. E quando
você pensa e diz isso o político corrupto se alegra e diz “ô coisa boa, olha aí
mais trouxa fácil de ser enganado!”.
Sim, muitos deles são corruptos,
afinal, compram votos e depois roubam muiittooo dinheiro, mas muito mesmo, e é
o seu dinheiro que ele rouba, o suado dinheirinho do eleitor que vendeu o voto!
Ele compra seu voto por R$ 200,00 e depois lhe rouba R$ 200.000,00 mil em uma
só obra superfaturada. E isso é só um exemplo.
Sim, muitos deles, as criaturas
politiqueiras, são corruptos. Mas que moral você vai ter para apontar o dedo
pra um político se você vendeu seu voto? A corrupção começou bem aí. O voto não
é pra ser comprado, os políticos sabem disso. Mas o voto também não é pra ser
vendido, pois também é um ato de corrupção.
Quem rouba um mercadinho tem
moral pra chamar o outro de ladrão? Não. Quem vende o corpo pra se prostituir
tem moral pra apontar quem também se prostitui? Não. Quem trai tem moral pra
chamar o outro de traidor? Não. Quem vende seu próprio voto tem moral para
chamar os políticos de corruptos? Também não, pois vender o voto é praticar
corrupção e cometer o mesmo crime.
Portanto, neste ano de eleições
municipais olhe bem pra cara do político salafrário que vier lhe oferecer
dinheiro, material de construção, remédio, emprego pra alguém da família,
passagem, bolsa de estudos pros filhos, ingresso pra show, cachaça e etc. Vale
bem um dito popular “o diabo tem uma mão tapada e outra furada”. Olhe bem pra
cara do político comprador de voto pra na hora você não acabar votando em uma
pessoa que te trata como um lixo e que te compra o ouro de verdade que você tem
(o voto) e te paga com ouro de tolo!
JOSEFINA FERREIRA GOMES (professora e cordelista).
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