Na segunda-feira passada (26),
aos gritos de "escravos”, aproximadamente 50 médicos cearenses fizeram um
“corredor polonês” para impedir a saída de 79 médicos cubanos que estavam
terminando o primeiro dia do curso do Mais Médicos na Escola de Saúde Pública
do Ceará, em Fortaleza.
O ato foi classificado pela mídia
brasileira e nas redes sociais como racismo e xenofobia.
O racismo é a convicção
sobre a “superioridade” de determinadas raças, com base em diferentes
motivações, em especial as características físicas e outros traços do
comportamento humano.
A xenofobia significa a aversão a
pessoas ou coisas estrangeiras. De origem grega, o termo se forma a partir das
palavras "xénos" (estrangeiro) e "phóbos" (medo).
O que a maior parte das pessoas
desconhece é que, além de ser uma forma de preconceito, a xenofobia pode
ser uma doença, um transtorno psiquiátrico. O preconceito gerado pela xenofobia
é algo controverso. Geralmente, se manifesta por meio de ações discriminatórias
e ódio por indivíduos estrangeiros. Há intolerância e aversão por aqueles que
vêm de outros países ou diferentes culturas, desencadeando diversas reações
entre os xenófobos.
Esta forma de ver o estrangeiro
pode ser caracterizada por diversas manifestações que podem ser simples ameaças
ou chegar a se manifestar em agressões físicas ou inclusive assassinato. O
racismo é uma das maiores representações de xenofobia. Basicamente se refere ao
repudio que se dá as diferenças raciais e culturais. Tudo o que é diferente,
estranho, causa medo e consequentemente repudio. Esse medo muitas vezes não é
ao que vem de fora e sim ao que essa influência de fora possa fazer nas
sociedades já formadas.
A xenofobia pode ter como alvo
não apenas pessoas de outros países, mas de outras culturas, subculturas ou
sistemas de crenças. O medo do desconhecido pode ser mascarado no indivíduo
como aversão ou ódio, gerando preconceitos.
Como doença, a xenofobia é um
transtorno causado por um medo descontrolado do desconhecido, que se transforma
em desequilíbrio. Quem sofre esse transtorno possivelmente passou por uma má
experiência ao estar exposto a uma situação desconhecida que causou terror e
deixou marcas que vão interferir na sua vida diária.
As pessoas com essa patologia
sofrem de angústia e extrema ansiedade, se distanciam do convívio social,
evitam o contato com estranhos e, em alguns casos, podem ter crises de pânico.
O tratamento da xenofobia envolve
geralmente o uso de uma terapia comportamental. O paciente é exposto à situação
traumática, neste caso ao contexto de estranhamento que lhe provoca terror. Aos
poucos, a pessoa se conscientizará de que essas circunstâncias não representam
o perigo e a ameaça que ela supunha. Esta técnica é chamada de
dessensibilização sistemática, elaborada por Joseph Wolpe, entre 1952 e 1958.
Esta terapia tem sido considerada a mais eficaz nestes casos de fobia.
Diante disso, como você
classificaria a situação ocorrida com os médicos cubanos descrita no início?
Fontes:
http://www.infoescola.com/psicologia/xenofobia/
FERREIRA,
Aurélio Buarque de Holanda. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. 6
ed.Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2007
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