A sociedade tenta abrir mais sua mente e os debates
avançam, mas ainda é complicado tratar de homossexualidade em casa, tanto para
pais e mães quanto para filhos.
Pesquisas já afirmaram que os primeiros “sinais” de
sexualidade despontam em futuros jovens gays logo aos três anos de idade. Mesmo
que esse número seja exagerado, há um ponto na adolescência em que a propensão
parece difícil de esconder, mas nem todas as famílias jogam abertamente as
cartas na mesa. O que fazer?
Revelar a homossexualidade de maneira abrupta pode
ser perigoso: uma pesquisa conduzida por uma instituição de direitos humanos da
Califórnia (EUA) aponta que adolescentes gays têm maiores taxas de depressão,
alcoolismo e até suicídio em comparação com os heterossexuais da mesma faixa
etária.
A raiz destes problemas parece ser o estresse que
ele ou ela vive antes de se revelar, assolado pelo dilema entre manter segredo
ou não. Depois da revelação, muitas vezes o medo do adolescente se confirma:
ele de fato acaba hostilizado pelos colegas, muito mais do que quando não
assumia abertamente.
Mesmo assim, a pesquisa concluiu que os piores
problemas psicológicos estão mesmo naqueles jovens que prendem a certeza de que
são gays dentro de si mesmos. O indicado, portanto, é assumir. A questão é como
fazer isso de maneira saudável.
Preparando o
terreno
Não é de hoje que orientadoras familiares do mundo
inteiro recomendam esse elemento essencial: é preciso haver diálogo entre pais
e filhos. Se a família não conversa sobre o assunto, o adolescente nunca vai
ter ideia de qual seria a reação dos pais na clássica conversa do “tenho que
contar uma coisa para vocês”.
O pai e a mãe precisam entender que não adianta
fechar os olhos para sinais que às vezes se manifestam desde antes dos dez
anos. Diante dessa constatação, o recomendado é que os pais mostrem, por
exemplos e palavras, que não têm problemas com homossexualismo na família. Isso
ao longo de meses, talvez anos, sempre de forma indireta.
O objetivo é deixar o jovem pouco a pouco mais
seguro, até que resolva abrir o jogo por si mesmo. Altamente desaconselhável é
perder a paciência e um belo dia chegar com uma abordagem de choque do tipo
“afinal, você vai sair do armário ou não”? Em suma, é preciso criar um ambiente
confortável para a revelação do filho.
A pesquisa californiana constatou que a idade em
que os jovens assumem abertamente o homossexualismo está caindo. Há pouco mais
de uma década, a idade média para a revelação era por volta de vinte anos.
Agora, esta linha está pouco acima dos quinze.
Já as complicadas consequências pós-revelação ainda
são um desafio social a ser combatido por todos.
(John Schwartz é repórter nacional do The Times. Seu livro de memórias sobre criar um filho gay ", estranhamente normal", será publicado no próximo mês pela Livros Gotham).
Fonte:
http://hypescience.com/a-saida-de-armario-do-seu-filho-nao-precisa-ser-traumatica/
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