Certa vez alguém perguntou ao astrônomo e divulgador de ciências Neil
deGrasse Tyson o que fazer para despertar a curiosidade científica nas
crianças, e o conselho dele foi: “sair do caminho delas”, ou seja, deixá-las explorarem à vontade.
As crianças, segundo ele, já nascem cientistas, com curiosidade e vontade de explorar e conhecer.
O pessoal do “One Laptop Per Child” (“Um Laptop Por Criança” – OLPC)
comprovou essa ideia na prática. A empresa de Nicholas Negroponte já
distribuiu 3 milhões de laptops para crianças em 40 países, uma
atividade que geralmente integra professores a alunos. Mas e onde não
tem professor? E onde todo mundo é analfabeto?
A equipe do OLPC deixou uma caixa fechada com tablets Motorola Xoom em duas aldeias etíopes, Wonchi e Wolonchete, onde nunca havia caído ou passado nada escrito.
Eles ensinaram alguns adultos como usar os painéis solares que
recarregam os tablets, e pronto. Largaram lá os aparelhos recheados de
programas educativos, livros, filmes e jogos.
Uma vez por semana, eles apareciam nas aldeias para trocar o chip de
memória dos tablets, onde estavam registradas as atividades das
crianças, todas entre 4 e 8 anos. E o que os registros mostraram é
bastante animador.
- 4 minutos depois que a equipe saiu da aldeia, as crianças já haviam aberto as caixas e descoberto como ligar os tablets – eles nunca tinham visto um botão de liga/desliga antes;
- uma semana depois, cada criança usava em média 47 aplicativos por dia;
- duas semanas depois, eles estavam disputando quem soletrava o alfabeto mais rápido, e cantavam músicas como o abecê;
- cinco meses depois, eles conseguiram ultrapassar a proteção do tablet, que não deixava personalizar o mesmo, e além de cada um ter um tablet completamente diferente, eles também conseguiram habilitar a câmera, que alguém tinha deixado desabilitada por engano – traduzindo, eles hackearam o tablet;
- uma das crianças, que brincava com programas de alfabetização que usam imagens de animais, abriu um programa de desenho e escreveu a palavra “Lion” (leão);
- o que uma criança descobria sobre os tablets era compartilhado rapidamente com todas as crianças. Elas formaram uma rede solidária de aprendizado espontaneamente.
Em cinco meses, a vila saiu da “idade da pedra” e se lançou no caminho
da alfabetização e da informática. Imagine se cair um disco voador na
Etiópia…
Fonte:
http://www.technologyreview.com/view/429206/emtech-preview-another-way-to-think-about-learning/
http://hypescience.com/criancas-na-etiopia-ensinam-a-si-mesmas-com-tablets-na-mao/?utm_source=feedburner&utm_medium=email&utm_campaign=Feed%3A+feedburner%2Fxgpv+%28HypeScience%29&utm_content=Yahoo!+Mail
Nenhum comentário:
Postar um comentário