sexta-feira, 16 de novembro de 2012

LU OLIVEIRA: nossos alunos estão aprendendo?



Quarta-feira (14), na coluna "Francamente" do Jornal O Diário do Norte do Paraná impresso, Lu Oliveira falou sobre a aprendizagem dos alunos de Marin - e este parece ser o caso também de muitas cidades da região, inclusive Ivatuba - que, acredito, seja muito interessante refletir nessa época de vestibulares, provas  e encerramento do ano letivo.

"No próximo domingo, dia 18, milhares de estudantes farão as provas do Processo de Avaliação Seriada da Universidade Estadual de Maringá, que é destinado aos matriculados regularmente no ensino médio e abrange todas as séries. Essa será sua 4ª edição. A UEM reserva 20% das vagas de cada curso de graduação para essa modalidade de ingresso. Em 2012 ingressaram na instituição os primeiros alunos selecionados.

Gosto do PAS. É uma boa oportunidade de acesso ao ensino superior e a cobrança é mais coerente, afinal, o adolescente consegue mostrar o que aprendeu durante aquele ano letivo. Os colégios de ensino médio que perceberam a importância do PAS investem na preparação do seu corpo discente e o deixam apto a enfrentar com competência a maratona de 5 horas de prova.

Não se pode generalizar, mas os adolescentes têm se envolvido bastante nesse sistema, principalmente depois que viram colegas conquistando sua vaga na UEM por meio dele. Como os vestibulares exigem o domínio de um conteúdo muito vasto, às vezes acabam se tornando um fantasma. A avaliação do PAS, feita em doses homeopáticas, é mais acessível e valoriza os alunos que se dedicam aos estudos no ensino médio. É uma boa chance de mostrar o que aprenderam durante cada ano. E esta é a pergunta que todos nós educadores precisamos nos fazer constantemente: nossos alunos estão de fato aprendendo? 

Sobre este tema, o aprendizado, a edição do jornal O Diário do último domingo trouxe números preocupantes. Os resultados da Prova Brasil, divulgados recentemente, mostraram que a média das disciplinas de matemática e português, em Maringá, ainda está longe da recomendada. Por mais que esteja acima da média nacional, o percentual apresentado inspira atenção.

Constatar, por exemplo, que apenas 30% dos alunos até o 9º ano têm competência de leitura e interpretação de textos faz tocar ao alarme de incêndio. Jovens que não dominam a própria língua terão menos chances de ascender na carreira acadêmica e se tornam presas fáceis nas mãos de quem tem interesses escusos.

E não é o caso de sair à caça dos responsáveis, mas sim de buscar formas de reverter esse quadro. Vários profissionais manifestaram sua opinião na reportagem. Alguns argumentaram que o resultado ruim é fruto da falta de dedicação da meninada e das salas lotadas. De fato, como já escrevi em outros textos aqui da coluna, a educação brasileira só conseguirá avançar efetivamente se houver esforço conjunto. Escolas, pais, alunos e autoridades precisam concentrar esforços para que esses números mudem.

De qualquer forma, é bom não esquecer que nossa missão em sala de aula vai além da transmissão de conteúdos, até porque hoje há inúmeras maneiras de crianças e adolescentes conseguirem boas e seguras fontes de informação. Nós não temos a chave do conhecimento. Nossa missão é oferecer condições para que eles, efetivamente, aprendam os conteúdos ministrados na escola. Talvez um ou outro jamais gostem de português ou de matemática. Tudo bem. Eles não precisam gostar. Precisam saber. E não é só pela nota do boletim. Nota é consequência, não causa.  Sem aprendizagem, tudo que vivemos na escola não passa de ilusão, de jogo de faz de conta.

Segundo o movimento Todos pela Educação, a meta é que, até 2022, 70% dos alunos aprendam adequadamente português e matemática. Eu acho tempo demais para que o óbvio aconteça." 


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