No Dia Nacional de Combate e Prevenção à Surdez, lembrado hoje (10), a
Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cervicofacial
(Aborl-CCF) alerta que até 35% das perdas de audição ocorrem por causa
da exposição aos sons intensos, como fones de ouvido em aparelhos de MP3
e ruídos no ambiente de trabalho.
De acordo com a associação, a surdez causada pela exposição aos sons intensos vai acumulando ao longo dos anos.
De acordo com a associação, a surdez causada pela exposição aos sons intensos vai acumulando ao longo dos anos.
O presidente da Associação de Otorrinolaringologia do Distrito
Federal, Diderot Parreira, alerta que a prevenção é “a melhor arma para a
gente lutar contra a perda auditiva”. “A audição perdida não volta
mais. Prevenir é a melhor opção,” recomenda Parreira.
Parreira aponta qual o volume ideal para ouvir música: “O volume
adequado [no uso de fones de ouvido] é aquele que enquanto você está
escutando uma música, uma notícia, você também escuta outra pessoa
falando com você normalmente.”
“Provavelmente, vamos ter mais velhinhos com problemas de audição na
nossa geração do que na anterior, dos nossos pais, justamente por causa
da exposição a ruídos intensos,” ressalta Parreira.
O uso de fones que são inseridos no canal auditivo levam o som
diretamente à membrana timpânica, sem nenhuma barreira de proteção às
delicadas estruturas que compõem a orelha interna. Os fones tipo concha
são os mais indicados pelos médicos, desde usados em uma intensidade
sonora adequada, informa a associação.
Com relação aos ruídos no trabalho, os trabalhadores da construção
civil são os que correm maior risco de ter a audição comprometida. Os
profissionais que atuam em aeroportos e, em alguns casos, motoristas de
ônibus também são afetados. “Na nossa cidade [Brasília], os motores dos
ônibus ficam na frente, próximo ao motorista, do lado direito dele.
Imagina, ele fica horas e horas com aquele ruído, sem proteção nenhuma,
já que no trânsito não se pode usar. Ele vai ter essa perda de audição”,
explica Parreira.
Para o presidente, uma boa opção para proteger a audição desses
profissionais é retirar o motor dos ônibus do lado do motorista, como já
é feito em algumas cidades brasileiras com leis nesse sentido.
A poluição sonora também pode afetar a audição. De acordo com a
associação, ruídos a partir de 85 decibéis (nível de pressão sonora),
intensidade registrada em uma avenida movimentada, são prejudiciais. A
orientação é não permanecer por mais de oito horas em ambientes com sons
em torno de 85 decibéis. A partir de 95 decibéis, a permanência
recomendada cai para duas horas, por exemplo, ambiente onde alguém está
tocando piano bem alto.
Parreira lembra que os ruídos do dia a dia também podem alterar o
lado emocional das pessoas. “A parte emotiva da pessoa vai ficar
alterada. Chegando em casa, isso vai aflorar um pouquinho e pode fazer a
pessoa ter diminuição de concentração, nervosismo, estresse,
dificuldade pra dormir. Tudo isso pode estar relacionado à poluição
sonora que a gente vive no dia a dia.”
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